segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Serão...

Há muito tempo que não estava em casa a esta hora a uma segunda-feira. Há muito tempo que não levava com o Prós e Prós e desta vez, por razões que não vêm agora ao caso, a televisão está aos gritos e uns senhores engravatados dizem coisas engraçadissimas sobre a crise, as suas consequências e as saídas da dita.
Como se não bastasse um dos assistentes aqui em casa, acha que alguns são de esquerda e outros são de direita, uns são muito maus e os outros são quase bons.
Sei que deveria estar imbuído do espírito de tolerância próprio da época e da vivência em família... mas não consigo. Culpa minha.
Escolhi um CD da Joni Mitchell, coloquei os auscultadores e assim até consigo sorrir e ter um ar ligeiramente simpático.
Que excelente interpretação da senhora, num disco de 1979 com o título "Mingus", porque uma parte das composições são da autoria de Charles Mingus. Destaco em particular uma faixa "The Wolf taht lives in Lindsey", onde até o uivar do lobo em fundo me soa a música.
Assim, consigo sorrir enquanto os representantes da classe possidente vomitam as suas soluções para a crise. Essa mesmo. Aquela que resulta da existência deste sistema iníquo assente na exploração do homem pelo homem.
Este escrito está mesmo com uma liguagem nada modernaça. Apesar disso a Joni Mitchell canta divinamente, o Charles Mingus fazia música fantástica e a luta de classes existe.

domingo, 29 de novembro de 2009

Pássaro Cego

Manuel Paulo é, de todos os "Trovante", o mais discreto e aquele que produz a música que me "cai" melhor no ouvido.
Estou a ouvir o último trabalho dele em parceria com a poesia de João Monge, com a voz doce da Nancy Vieira, numa edição que inclui excelentes fotos de Nanã Sousa Dias e pinturas de João Ribeiro.
São onze canções que vão de ilha em ilha, da Ilha da Salvação à Ilha dos Amantes, num voo tranquilo de Pássaro Cego.
Gosto de tudo neste disco/livro. Da música à poesia, das fotos à pintura, da voz da Nancy e ainda do bónus que é o dueto com Chico César.
Provavelemente não chegará a nenhum top, nem incluirá nenhuma play list. É, decididamente, uma excelente prenda para gente de bom gosto.
Para os outros... pode ser sempre um Very best of qualquer, ou o sempre na moda par de meias, de preferência turcas e brancas com as duas riscas a sublinhar o par de raquetes de ténis.
E sim... estou entre o bem disposto e o amargo...     

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Faltas de comparência

Ando arredio deste sítio por manifesta falta de tempo para escrever. É incrível como é muito mais fácil escrever para o jornal e para a rádio, sobre asuntos de todos, do que escrever aqui sobre o que me ocupa, preocupa ou nem isso.
Vamos ver se arranjo espaço e disponibilidade para acertar contas com a minha própria página (quereria eu dizer imagem?)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

De Luto

O Cendrev vem desta forma comunicar o falecimento de Mário Barradas, ocorrido na sua casa de Lisboa, hoje dia 19 de Novembro, pela manhã.

Uma vida dedicada ao teatro. Um contributo activo e fundamental para o desenvolvimento do panorama teatral português nas últimas décadas.
Em Évora, fundou o projecto que foi referência da descentralização teatral em Portugal, projecto esse responsável pela formação de várias gerações de actores e germinação de novas estruturas artísticas.
Mário Barradas foi um Homem do Teatro em toda a sua dimensão de actor, encenador, pedagogo e pensador de políticas teatrais.
Mário Barradas não foi um homem de consensos. Polémico, agressivo nas suas posições, o seu contributo foi absolutamente determinante para a nossa formação teatral mas também humana.
O teatro perdeu um dos seus obreiros. Fica o seu grande exemplo de vitalidade e amor ao teatro.


Até sempre Mário!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Dia Mundial da Prematuridade

Há cada dia... Imaginem que até existe um para minha filha Teresa.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Há dias assim






Hoje foi um dia cheio e intenso. Hoje foi um dia em que a corda esteve sempre esticada.
Hoje foi um dia que valeu a pena.

domingo, 15 de novembro de 2009

Outra vez Sting


Outra vez Sting, para dias de Inverno e melancolia. Último disco If on a winter's night...para ouvir perto do fogo e em lume brando.

Fim de semana

Há fins de semana assim. Como o bacalhau. Com todos!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Aniversário

Parece que a Rua Sésamo faz hoje 40 anos. Parabéns ao Egas, ao Becas e ao Monstro das Bolachas. Um muito esperto, um "distraído" e um que come todas as bolachas que consegue apanhar.
Hoje é dia de noite longa. Espero que as bolachas aguentem. 

domingo, 8 de novembro de 2009

Usurpação de lugar

Os bobos estão sem trabalho e sem ganhar
Porque os sábios ocuparam o seu lugar

O Rei Lear, William Shakespeare

Sábias palavras do Bobo.

sábado, 7 de novembro de 2009

Outubro

Faz hoje 92 anos que o mundo foi abalado por um acontecimento deveras fantástico (uma revolução é semre um acontecimento fantástico). Operários armados assaltam o Palácio de Inverno e prendem os ministros do governo de Kerenski dando o passo decisivo para a instauração do primeiro Estado de operários e camponeses, com a passagem do poder para os Sovietes.
Faz hoje 92 anos que um acontecimento fantástico deu um sentido diferente à palavra Outubro. A Revolução Russa de 1917 mudou para sempre a face do mundo e apesar das derrotas impostas e auto infligidas, os comunistas e revolucionários de todo o mundo devem olhar para aqueles dias e deles retirar a grande lição. Sim é possível!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Coisas do baú das prosas

Andei no baú das coisas que por vezes escrevo e escondo. Encontrei um texto sem data e, provavelmente, sem sentido. Porque escolhi este espaço para colocar o que não é suposto ser colocado, aqui vos deixo algo que escrevi num dia em que, provavelmente, estaria pouco recomendável.

Esplanada

Na sexta-feira passada parei numa esplanada fantástica. Um restaurante entre São Torpes e Porto Covo. Virada para o sol no momento em que ele se põe. Abrigada.
Para aquela esplanada levava uma máquina fotográfica, um livro e capacidade de observação. Pedia um vinho branco, fresco. Esperando pelo anoitecer, esperando que alguém surgisse do nada e pedisse para se sentar em silêncio. As palavras cada vez mais me atrapalham os sentidos.
Depois, quando Sol penetrasse o Mar naquele momento único e mágico, fumaria um cigarro a meias. Fumar um cigarro a meias pode ser uma forma sublime de beijar.
Emprestariamos as mãos um ao outro, para descobrir as linhas em que não nos queremos enredar. E assim ficaríamos a noite toda, esperando o amanhecer em cada um.
A esta hora perguntam-me mas afinal para que querias tu o livro e a máquina fotográfica. Eu explico. O livro porque me dá um ar inteligente (principalmente se escrito noutra língua qualquer), a máquina fotográfica para a eventualidade de não aparecer ninguém e eu não poder parar o tempo no teu olhar.